Dor no ciático: o que causa e como prevenir
Hábitos simples do dia a dia podem causar o desconforto, mas saiba como prevenir
09/09/2020 ● Tempo de leitura: 3 mins
Por: Amanda Panteri
O ciático é um dos nervos mais importantes do corpo humano, essencial para a realização de tarefas simples, como andar, agachar e, até mesmo, dobrar os joelhos. Mas, quando ele inflama, é capaz de gerar uma dor tão incapacitante que pode nos deixar sem conseguir andar. Conversamos com uma especialista para conhecer quais as principais causas da dor no ciático, as melhores formas de prevenir o desconforto e como tratá-lo. Descubra!
O que é o ciático?
O nervo ciático é tão grande que tem origem na coluna (mais especificamente nas vértebras lombares e osso sacro) e vai até o pé. “Ele se divide em dois e passa bem no meio de cada um dos glúteos e na parte posterior das coxas. Lá pela altura do joelho, se ramifica em dois nervos: o tibial e o fibular”, explica a fisioterapeuta Gislaine Milena Marton, de São Paulo.
Suas funções se resumem, basicamente, em nos colocar em movimento. Ele é responsável por conduzir as sensações das pernas. Além de fazer os movimentos nas articulações do quadril e músculos.
Mas por que ele inflama?
De acordo com a fisioterapeuta, a dor no ciático tem duas causas principais. A primeira delas é o encurtamento de um músculo do glúteo chamado piriforme. “A falta de alongamento e fortalecimento da região faz com que o músculo comprima o nervo ciático, causando a dor”, afirma.
Já o segundo motivo, ainda mais comum, é a hérnia de disco. “Cada vértebra da coluna tem um disco que, quando estoura, comprime os nervos e acaba pegando o ciático logo no seu começo”, finaliza Gislaine. Sedentarismo, obesidade, má postura, falta de fortalecimento e alongamento inadequado contribuem para os dois problemas que a fisioterapeuta apontou como as causas da dor no ciático. Mas excesso de esforço também pode prejudicá-lo.
Como tratar a dor no ciático
A dor no ciático é aguda e, muitas vezes, pode deixar a pessoa de cama, sem conseguir levantar. O mais comum é que ela comece no meio do bumbum, bem onde o músculo piriforme se localiza, e irradie tanto para baixo quanto para cima (pode ir da lombar até o calcanhar).
Quando ele está doendo muito, a primeira coisa a fazer é procurar um médico, que vai receitar a quantidade certa de analgésicos para aliviar os incômodos mais urgentes. Passado o desespero inicial, a fisioterapeuta conta que o mais indicado é realizar uma massagem, mais especificamente uma liberação miofascial. Nela, o profissional aplica uma certa pressão em pontos específicos do corpo para promover uma boa interação entre o músculo e a fáscia (o tecido onde se fixam os músculos). Assim, a dor é aliviada, o fluxo sanguíneo na região aumenta e há uma recuperação mais rápida da inflamação.
Depois, não basta continuar a rotina e torcer para o sofrimento não voltar nunca mais. Dá sim para prevenir a dor no ciático, e com um hábito muito simples: incluir mais sessões de alongamento no seu treino. Invista de 30 e 45 minutos de alongamento por semana, principalmente os focados em exercícios para o piriforme, glúteos e lombar.
“Muita gente diz que o alongamento não evita lesão. Mas ele interfere sim na questão e ajuda a evitar dores na coluna, no ciático e até no joelho. Afinal, uma musculatura encurtada aperta outras estruturas”, explica a fisioterapeuta, que indica ainda o RPG e a orientação postural como complementar ao tratamento.
Já quem pratica esportes de alto impacto (como a corrida ou o crossfit), ainda pode lançar mão de mais uma estratégia. A kinesio taping, uma fita adesiva colada estrategicamente no corpo. Geralmente ela é colocada exatamente onde começa e termina o músculo, exercendo pressão sobre ele e evitando que haja a compressão de outras partes.