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Câncer de mama: causas, sintomas e diagnóstico precoce

Saiba como evitar a doença - segundo pesquisas - e a importância do diagnóstico precoce para o seu tratamento

26/10/2020Tempo de leitura: 4 mins

Por: Maria Cecília Arra

câncer de mama

O câncer da mama é o que mais afeta as mulheres no Brasil e no mundo. A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) é de 66.280 novos casos para cada ano de 2020 até 2022. Por isso, falar sobre ele é essencial para lembrar a importância do diagnóstico precoce, que aumenta as chances de cura, e ajudar a promover uma vida mais saudável. É por isso que estamos aqui: se você está buscando informações sobre a doença, acompanhe nos próximos tópicos alguns conceitos básicos.

O que é o câncer de mama

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células da mama, o que resulta em células anormais que também se reproduzem e formam tumores.

Antes de mais nada, é importante entender que existem dois tipo de tumores: benigno e maligno. Nos casos em que ele é incapaz de invadir outros tipos de tecidos e órgãos, o tumor é considerado benigno e, por isso, não canceroso. Mas quando ele pode se alastrar, o tumor é considerado maligno e canceroso. Dessa forma, o termo câncer de mama refere-se a um tumor maligno que se desenvolveu a partir de células na mama.

O que causa câncer de mama

Sabe-se que o câncer de mama não tem uma causa única, explica Solange Moraes Sanches, vice-líder do Centro de Referência em Tumores da Mama do A.C.Camargo Cancer Center. “O simples fato de você ser mulher e envelhecer já é um risco”. Isso porque a idade conta contra: de modo geral, o acúmulo de exposições ao longo da vida e as próprias alterações biológicas trazidas pelo envelhecimento aumentam o risco da doença – não é à toa que cerca de 4 em cada 5 casos da doença ocorram em mulheres com 50 anos ou mais.  

Segundo pesquisadores, há vários fatores de risco para o desenvolvimento da doença. A maioria deles está associada a agentes ambientais, comportamentais, histórico reprodutivo e hormonal, além de genéticos e hereditários. 

Obesidade e sobrepeso

Neste estudo, os pesquisadores da Universidade de Friburgo, na Suíça, relatam que as pacientes com obesidade estão mais propensas a apresentar metástases. As complicações derivadas da obesidade – que incluem inflamação, resistência à insulina e hiperglicemia – já são conhecidas, se não como potenciais causadoras, ao menos como contribuintes para o aumento do risco e progressão do câncer de mama. E essa associação em é ainda mais clara em pacientes na pós-menopausa.

Sedentarismo

Uma pesquisa brasileira publicada na revista Nature abordou a relação entre a falta de atividade física e o câncer de mama. Os dados mostram que o sedentarismo foi responsável por pelo menos 12% das mortes causadas pela doença no Brasil, entre 1990 e 2015. Embora outros fatores de risco (como consumo de álcool, sobrepeso e dieta rica em açúcar) tenham parte nesse índice de mortalidade, a falta de exercícios foi o principal causador.

Consumo de álcool

E aqui, vale destacar,  estamos falando de consumo leve e moderado. Cientistas da Escola de Saúde Pública de Harvard e do Hospital da Mulher de Brigham, em Boston, nos Estados Unidos, avaliaram o risco de câncer associado ao consumo de álcool. O resultado demonstrou que até uma dose por dia pode contribuir para um risco 13% maior de uma mulher desenvolver câncer, principalmente o câncer de mama.

Exposição hormonal prolongada

O excesso de hormônios femininos no corpo pode causar câncer de mama, especialmente em mulheres mais velhas. Nesse caso, o risco está relacionado, principalmente, ao hormônio estrogênio: primeira menstruação antes dos 12 anos, menopausa depois dos 55 anos e primeira gravidez após os 30 anos, entre outros.

A relação entre o uso da pílula anticoncepcional e o câncer de mama ainda é bastante controversa e a maior parte dos estudos apresenta resultados conflitantes. “Alguns sugerem que os anticoncepcionais estão associados a um aumento do risco, porém isso pode variar de acordo com a formulação utilizada”, explica Marcelo Bello, mastologista e Diretor do Hospital do Câncer III, unidade dedicada ao tratamento de câncer de mama do INCA.

Fatores genéticos

Os fatores genéticos e hereditários estão relacionados à presença de mutações em determinados genes. O sinal de alerta apita em casos de câncer de mama em parentes de primeiro grau e/ou pelo menos um caso de câncer de ovário. Casos de câncer de mama em homens também elevam o risco.  “Somente 10% dos tumores de mama têm origem genética. Mesmo assim, é importante você saber sobre seu histórico familiar”, diz Solange Moraes Sanches.

Como prevenir o câncer de mama

De modo geral, a prevenção baseia-se no controle dos fatores de risco e no estímulo aos fatores protetores. Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que a combinação de boa alimentação e atividade física reduza em até 28% o risco de a mulher desenvolver câncer de mama. 

Sintomas mais comuns da doença

São sinais de que algo não vai bem:

  • A presença de caroços na região da mama;
  • Secreções no mamilo;
  • Pele enrugada e enrijecida;
  • Vermelhidão, feridas e coceiras.

Diagnóstico precoce do câncer de mama

Embora o autoexame seja um instrumento valioso para autoconhecimento, ele não deve ser o único meio de detecção da doença. “Ele não é o suficiente para um diagnóstico precoce do câncer de mama”, garante Solange Moraes Sanches. “Quando você palpa uma alteração, seja um nódulo, uma retração, uma modificação de pele, esse tumor já está muito maior do que o que a gente conseguiria detectar em uma mamografia”. Por isso, a visita ao ginecologista e a realização dos exames de rotina são fundamentais. 

A mamografia digital é o principal método para o diagnóstico precoce do câncer de mama. Ela identifica até as lesões menores, muitas vezes, não palpáveis. É verdade que pode ser um pouco desconfortável, mas a compressão melhora a qualidade da imagem, permitindo que os tecidos fiquem totalmente visíveis. O exame é rápido e não gera qualquer lesão na mama – mesmo as com próteses de silicone. 

Diante da constatação de um nódulo suspeito, o próximo passo é a biópsia: retira-se um pedacinho dele para a análise de confirmação ou não do diagnóstico. Em determinadas situações, também podem ser solicitados ultrassonografia mamária e ressonância magnética, a fim de complementar a investigação.

Quem deve fazer mamografia?

No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda que mulheres a partir dos 50 façam mamografia a cada dois anos. A Sociedade Brasileira de Mastologia, por sua vez, orienta que o exame seja feito anualmente a partir dos 40 anos.

Tratamento do câncer de mama

Em primeiro lugar, tudo depende do tipo do câncer de mama – e, acredite, existem muitos – e do estado de saúde da paciente. Quimioterapia, radioterapia, cirurgia, a ordem e a combinação das técnicas depende das características do tumor. “É importante salientar a evolução nos tratamentos, como cirurgias menores, sessões de radioterapia mais curtas, evolução das medicações e o suporte às pacientes para que consigam passar melhor por essa jornada”, ressalta Solange Moraes Sanches. 

Por fim, quando o assunto é tratamento de câncer de mama, tempo é palavra-chave. “Se a doença é diagnosticada logo no início, o tratamento tem maior potencial curativo”, lembra Marcelo Bello. Então, converse com o eu médiso e mantenha os seus exames em dia.

Lembre-se: este conteúdo não substitui uma consulta médica.

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