O que é Síndrome de Burnout?
Ela reduz a energia, deixando você cada vez mais esgotado(a). Especialistas tiram as principais dúvidas sobre o assunto
17/09/2021 ● Tempo de leitura: 3 mins
Por: Larissa Serpa
Faz pouco mais de dois anos que a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o Burnout como um “fenômeno ocupacional”. Essa interpretação legitima as experiências de muita gente que sofre ou já sofreu com esse tipo de esgotamento. Estresse excessivo e prolongado pode prejudicar a saúde – se não for resolvido, abre caminho para outras doenças, como a depressão. Para tirar as principais dúvidas sobre o tema, conversamos com Ana Paula Tognotti e Daniele Nazari, ambas psicólogas.
Mas afinal, o que é o Burnout?
“O Burnout é um transtorno de ansiedade com contexto exclusivamente laboral, ou seja, a causa do estresse é a relação com o trabalho”, define a psicóloga Ana Paula Tognotti. Daniele Nazari completa: “Os sintomas passam a interferir em todas as áreas da nossa vida. É como uma sensação de cansaço extremo, falta de energia e motivação para realizar tarefas diárias.”
Causas do Burnout
Ana Paula explica que qualquer tipo de excesso relacionado ao trabalho pode ser fator desencadeante para um Burnout. Conheça os principais:
- Não respeitar horários de entrada e saída do trabalho;
- Isolamento e falta de integração entre os membros da equipe;
- Prazos de entrega que não são factíveis;
- Chefes abusivos;
- Aumento da carga de trabalho sem recompensas claras;
- Insegurança quanto a estabilidade no emprego;
- Falta de clareza sobre os objetivos da equipe e empresa.
Fases do Burnout
A síndrome é caracterizada por fases distintas:
1) Hiperprodutividade. No início, há uma alta taxa de produtividade. Você aumenta significativamente sua performance. “É comum observarmos pessoas trabalhando muito mais horas do que o estabelecido. Com isso, perde-se em convívio social e em autocuidado.”, resume Ana Paula.
2) Agressividade. Nesta fase, é comum perceber indivíduos irritadiços – são aquelas pessoas ‘pavio curto’, que reagem exageradamente às situações. Insônia e disfunções alimentares geralmente são observadas.
3) Exaustão. Você não é mais capaz de realizar suas tarefas cotidianas, dentro e fora do trabalho. Falta de concentração e de memória são frequentes. O sentimento de culpa é grande, pois não há mais energia para fazer tarefas que estava acostumado. O medo de perder o emprego e do julgamento dos colegas também.
Daniele salienta que é sempre bom ouvir colegas e familiares. “Geralmente, quem percebe os sinais de esgotamento são as pessoas ao redor, por ver que o indivíduo não está com suas características normais. A pessoa, mesmo adoecendo, tenta lutar contra devido à autocobrança.”
Como é o tratamento
“O tratamento é muito semelhante com a prevenção. Para evitar o esgotamento, precisamos cuidar do nosso bem-estar, fazer atividades que relaxem a mente, exercícios físicos, dormir bem, e se desconectar daquilo que está desgastante sempre que possível”, diz Daniele.
A diferença é que, quando você já está com Burnout, colocar todas essas dicas em prática fica mais difícil, já que você já está sem energia e, geralmente, tem muito medo ou insegurança de se desprender da pressão. “Por isso, você provavelmente vai precisar de atendimento psicológico e reduzir a carga de envolvimento no trabalho”, finaliza a psicóloga.
É bom lembrar…
A saúde mental é tão importante quanto a física. Mudanças no estilo de vida podem ser a melhor forma de prevenir e tratar a Síndrome de Burnout. É importante praticar exercícios físicos, se alimentar bem e curtir momentos de lazer. E não hesite em procurar ajuda profissional.
Você quer saber mais sobre Burnout?
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