Dieta x reeducação alimentar: qual escolher?

Descubra qual é a diferença e a melhor opção para você

Por: Larissa Serpa

Você provavelmente já ouviu milhões de vezes a palavra “dieta”: dieta cetogênica, dieta Atkins, dieta mediterrânea… Mas um termo relativamente novo na fala popular é “reeducação alimentar”. Afinal, qual é a diferença entre essas duas coisas? A gente te explica tudo a seguir.

O que é dieta?

O significado de dicionário é “regime alimentar; quantidade de alimentos e líquidos que uma pessoa consome”. Ou seja, na prática, todos nós temos uma dieta. Mas, no uso comum, a palavra virou sinônimo de uma alimentação específica e, muitas vezes, restritiva, normalmente associada à vontade de perder peso. Nesse contexto, trata-se de um regime de prazo determinado para alcançar certo objetivo.

O que é reeducação alimentar?

A reeducação alimentar, por outro lado, “é uma orientação de longo prazo, para a vida toda, e significa não cortar nenhum grupo alimentar, mas aprender a comer a quantidade correta de cada um”, como explica a nutricionista Fúlvia Hazarabedian, do grupo Smart Fit.

O objetivo da reeducação alimentar é uma vida mais saudável de forma geral, porém, atingir o peso ideal acaba sendo uma consequência, uma vez que você aprende não só a quantia certa a pôr no prato mas também hábitos comportamentais para comer de maneira mais saudável – e não pelo emocional.

Benefícios e malefícios da dieta

A gente não está aqui pra te falar que a dieta não tem nenhum benefício em comparação à reeducação alimentar. Como explica a nutricionista pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional, Aryane Emerick, do Smart Fit Nutri (aplicativo com consulta online e chat com especialistas), a dieta de restrição contribui para uma perda de peso de forma muito mais acelerada.

Mas o problema é que isso ocorre pela diminuição não apenas de gordura mas também de massa muscular e, quando a massa muscular diminui, o corpo se adapta automaticamente, desacelerando o metabolismo – isso pode explicar por que as pessoas recuperam o peso tão rapidamente quando saem de suas dietas.

Esse ganho e perda de peso conhecido como “efeito sanfona” é ruim não apenas para sua autoestima. 

Um estudo mostrou que pessoas que apresentam as maiores oscilações de peso têm até 2,3 vezes mais chances de morte por qualquer causa, devido às alterações que isso causa na pressão arterial, glicose e colesterol. “Além disso, dietas restritivas são capazes de gerar compulsão, piorar a saúde mental e também baixar nossa imunidade”, diz Aryane.

Benefícios e malefícios da reeducação alimentar

Enquanto as evidências científicas sugerem que a dieta desempenha um papel importante no aparecimento de doenças crônicas, a reeducação alimentar visa retardar, evitar ou reduzir a prevalência dessas condições crônicas e potencialmente fatais. E ela também não é uma fórmula única que todo mundo pode seguir de um livro, mas individualizada.

Por exemplo, a reeducação para uma pessoa com doenças cardíacas inclui diminuição da ingestão de sódio, preparando alimentos com menos sal, diminuindo a ingestão de gordura, aumentando a ingestão de carboidratos complexos e controlando o peso. Ou seja, é focada na sua saúde – e não na estética.

Além disso, diferente da dieta restritiva, trata-se de um programa gradual, em que você aprende aos poucos e acostuma seu corpo a comer de maneira saudável, o que faz com que você não sofra no processo, não passe fome e nem venha a ganhar o peso perdido no futuro, pois a mudança de hábitos é permanente.

Uma grande desvantagem, no entanto, é que não é um processo curto. Especialmente se seu objetivo é perder peso, você provavelmente vai demorar meses até ter uma diferença visível.

Como fazer uma reeducação alimentar

A educação nutricional pode assumir várias formas, desde orientações individuais com nutricionistas até aulas em grandes grupos. 

• Orientação nutricional

Se seu objetivo é fazer uma reeducação alimentar, o seu melhor plano é falar com seu nutricionista. Ele vai saber preparar uma orientação focada na sua saúde sem restringir nenhum alimento da sua alimentação. O Smart Fit Nutri fornece esse atendimento de forma online com centenas de profissionais qualificados. Saiba mais aqui.

• Aulas

Ministradas por indivíduos experientes e educados, as aulas de reeducação alimentar ajudam o público a fazer escolhas alimentares nutritivas e fornecem uma base de informações dietéticas para moldar comportamentos saudáveis.

• Mindful Eating

“A orientação nutricional ou nutrológica se beneficia muito de ser unida a uma terapia comportamental, pois assim, além de aprender quais quantidades de cada nutriente a pessoa deve colocar no prato, ela também aprende a identificar as compulsões e ter hábitos mais saudáveis”, explica a médica nutróloga Marcella Garcez, professora e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).

O Mindful Eating é uma dessas terapias, que foca em ensinar o paciente a ouvir o próprio corpo e entender quando está com fome de verdade e quando é compulsão.

“Um dos principais princípios, por exemplo, é orientar a pessoa a, sempre antes de servir-se, fazer um ‘check up’ da sua fome. Pare por um momento e avalie, de 1 a 10, quanto seu corpo realmente está sentindo fome. Então, monte seu prato de acordo. No meio da refeição, faça o exercício novamente para ver se ainda quer comer”, ensina Luiza Bittencourt, pós-graduada em neurociências e comportamento e especialista em Mindfulness.

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