Como conciliar academia e artes marciais?
Saiba mais sobre um treinamento especial para quem pratica artes marciais e pode se desenvolver também na academia.
28/12/2021 ● Tempo de leitura: 4 mins
Por: Redação
Seria possível a academia complementar outras práticas esportivas? Pensando em garantir uma melhor performance e menores chances de acidentes ou lesões em treinamentos ou competições, vamos conversar um pouco sobre a modalidade das artes marciais, uma prática milenar que pode contar com um treinamento especial na academia.
O que são as artes marciais?
As chamadas artes marciais se diferenciam das demais modalidades por envolverem dois ingredientes especiais: a luta física e a concentração. Esse tipo de prática já existe há muito tempo, tendo sua origem considerada como milenar. Além disso, o adjetivo “marcial” está relacionado com as atividades militares. Interessante, não? Isso se relaciona diretamente com o seu principal objetivo que é, no fim das contas, fazer com que o praticante possua um alto desenvolvimento, por conta de estarem envolvidas tanto disciplinas físicas quanto mentais, para que consigam se defender ou submeter os seus adversários com o uso de técnicas específicas.
Falando de técnicas, existem vários tipos de artes marciais e aí cabe só ao praticante ver qual dá o melhor “match” com ele. Alguns exemplos são o muay thai, o jiu-jitsu, o kung fu e o taekwondo, e mesmo que considerados parte das artes marciais, cada um possui a sua peculiaridade.
As artes marciais têm se tornado ainda mais populares entre os amantes de atividade física, até para aqueles que batem carteirinha nos treinos de musculação. Isso não acontece por acaso, já que a prática pode trazer muitos benefícios que estão ligados não só ao corpo, como também à mente do participante, que tem sua autoestima melhorada e aprende técnicas de autodefesa. Não parando por aí, as artes marciais colocam em movimento diferentes músculos e acabam favorecendo o emagrecimento, por conta dos diferentes tipos de movimentos promoverem um elevado gasto calórico.
Qual o benefício de aproveitar a academia para complementar outra prática esportiva?
Ao colocar nosso corpo em movimento devemos sempre pensar nele como algo completo, então nada de colocar uma parte em ação e deixar a outra parada, ok? Pensando nisso e em outros fatores, diversos são aqueles que já praticam alguma atividade esportiva e encontram na academia treinos complementares, que podem fazer toda a diferença.
Quando falamos de esportes, o treinamento deve ser algo pensado para que o desempenho na prática seja sempre melhorado ou superado. Por isso, apostar na academia como uma aliada aos outros métodos é uma ótima opção para que o seu corpo seja treinado em sua totalidade, sendo possível aumentar a performance e o desenvolvimento completo do atleta. Mas, para isso, alguns pontos devem ser levados em consideração, como quais são as características do praticante, qual o seu nível na atividade, qual a prática esportiva que está sendo complementada, entre outros. Como Luiz Felipe Machado, Professor da Smart Fit do Rio de Janeiro explica, o benefício de aproveitar a academia para complementar outra prática esportiva é o fato de poder contar com um “ambiente seguro, variáveis quantificáveis e a oportunidade de trabalhar valências físicas concomitantemente.” Com isso, torna-se possível preparar um treino específico que forneça exatamente aquilo que o atleta busca e, ainda, prevenir tanto lesões quanto acidentes durante os treinos ou competições da prática esportiva.
Afinal, como a academia pode ajudar quem pratica artes marciais?
A academia pode ajudar quem pratica artes marciais por meio de um treinamento especial, que tenha como foco uma série de exercícios que busque desenvolver dois principais fatores: a potência e velocidade. Aqui como temos diversos tipos de artes marciais, vai depender bastante da modalidade, mas o trabalho precisa ser sempre específico para uma determinada musculatura, que precisa ser desenvolvida ainda mais para dar o gás que o praticante precisa. Mas, independentemente se for muay thai, jiu-jitsu, o kung fu ou qualquer outra modalidade, todas precisam trabalhar o abdômen, porque ele é um dos grandes responsáveis pela ação postural. Isso mesmo! É graças a ele que são realizados os movimentos com a rotação do tronco, como os socos, chutes e a maior parte dos golpes do judô, por exemplo, e nada melhor do que o abdômen estar bem preparado para realizar essas ações sem prejudicar o praticante.
Uma coisa é bom lembrar: as séries de exercícios propostas para aqueles que já praticam artes marciais e querem fazer da academia um complemento, precisam fazer parte de um programa de treinamento maior. Outro ponto que devemos considerar quando fazemos um treinamento específico de luta ou arte marcial é a adequação dos exercícios dentro das suas diversas fases, devendo sempre serem utilizados de acordo com o cronograma montado pelo seu professor, ok?
Qual série de exercícios é recomendada para um treinamento específico de arte marcial?
Pensando em trazer mais potência e velocidade aos praticantes de luta ou arte marcial, um treino especial é baseado na modalidade escolhida. Por exemplo, para três artes marciais diferentes teremos diferentes tipos de movimentos. Quando falamos de focar nos socos, esses são mais específicos para quem pratica boxe e karatê. Agora, se o negócio já são os chutes, devemos lembrar de qual modalidade eles são mais usados, como o karatê e o taekwondo. Se o foco for a pegada, aí já estamos falando de algo mais específico para alguns golpes de judô e jiu-jitsu.
Mas, os exercícios executados na musculação, por exemplo, já podem ser trabalhados para todas as modalidades, pois são muito importantes para um fortalecimento mais global das musculaturas e para manter o equilíbrio de força e volume muscular, principalmente em modalidades onde o lado dominante do corpo é mais utilizado, ajudando também a diminuir a incidência de lesões, “devido à característica das modalidades de luta, é preferível treinamentos em circuitos, com ênfase de atividades de potência e estímulos adequados aos tempos de luta, assim como os intervalos de recuperação”, ressalta Luiz Felipe.