6 maneiras como o exercício físico diminui os sintomas da doença de Alzheimer
Pesquisas mostram que a prática pode não só evitar como também retardar o desenvolvimento nos casos em que a doença já está presente
05/05/2022 ● Tempo de leitura: 3 mins
Por: Larissa Serpa
Manter-se fisicamente ativo conforme envelhecemos ajuda a prevenir diversos problemas de mobilidade, diminuição da força e aumento de risco de lesões. Mas os benefícios não são só para o corpo. O exercício físico tem sido apontado como uma forma de reduzir o risco de desenvolver a doença de Alzheimer e outras formas de demência — e estudos feitos nos últimos anos sugerem que o exercício também pode beneficiar aqueles que já vivem com a doença, potencialmente diminuindo a progressão dos sintomas.
“O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que é a forma mais comum de demência no idoso. Ele tem um caráter progressivo e apesar das medicações reduzirem os sintomas, ainda não são capazes de barrar o avanço da doença. Uma das alternativas que está sendo estudada, no entanto, é a prática de exercício (especialmente o aeróbico) como meio de frear a sua evolução”, explica Adiel Rios, mestre em Psiquiatria e Psicologia Médica pela UNIFESP e pesquisador do Instituto de Psiquiatria da USP.
Aqui estão seis condições relacionadas à doença de Alzheimer que o exercício pode ajudar a melhorar:
- Deficiência Cognitiva
Ter uma rotina de exercícios pode prevenir ou até reverter a perda da função cognitiva em certos casos. A maioria das evidências atuais sugere que o exercício aeróbico pode ajudar adultos com comprometimento cognitivo leve como resultado da idade e da doença.
Um estudo envolvendo 50 adultos com demência e Alzheimer leve concluiu que o exercício, quando realizado três vezes por semana durante 40 minutos, melhorou a função cognitiva e reduziu os sintomas psiquiátricos adversos.
“Os estudos recentes mostram que durante a atividade física é liberada uma substância chamada irisina, que foi comprovadamente preventiva para o Alzheimer”, explica a neurologista Priscila Proveti, do Hospital Anchieta de Brasília.
- Depressão
Até 30% das pessoas que vivem com a doença de Alzheimer experimentarão depressão grave, de acordo com uma pesquisa.
O exercício físico estimula a produção de hormônios e neurotransmissores associados à memória e ao humor, diminuindo as chances de depressão e até mesmo melhorando o aprendizado.
- Inquietude e perambulação
Alguns dos aspectos mais desafiadores da doença de Alzheimer são a inquietação e a perambulação, que podem ocorrer em qualquer estágio da doença fazendo com que a pessoa saia sem rumo — o que pode ser muito perigoso.
Do ponto de vista fisiológico, o corpo humano tende a se sentir mais relaxado e descansado após o exercício físico, aliviando a agitação e melhorando o bem-estar físico e emocional.
Exercícios simples como caminhadas rotineiras, por exemplo, já são um estímulo não apenas físico mas também visual e auditivo, o que contribui também para diminuir o avanço dos problemas cognitivos.
- Equilíbrio
Quedas e fraturas de quadril afetam pessoas com Alzheimer três vezes mais do que pessoas sem a doença, de acordo com um estudo.
O exercício físico pode melhorar o equilíbrio fortalecendo os músculos das pernas, quadris, tronco e coluna, fazendo com que a pessoa mantenha mais facilmente uma postura adequada e caia menos.
- Complicações Cardiovasculares
O declínio cognitivo tem sido ligado à má saúde cardiovascular. De acordo com um estudo, com a doença de Alzheimer, qualquer condição que prejudique o fluxo sanguíneo para o cérebro também aumenta o risco de demência vascular, uma condição comórbida comum.
O exercício rotineiro, juntamente com dieta adequada é fundamental para a prevenção e tratamento da aterosclerose e outras doenças cardiovasculares associadas à diminuição do fluxo sanguíneo para o cérebro.
- Problemas para dormir
Mesmo em pessoas perfeitamente saudáveis, a privação do sono está associada à fadiga, irritabilidade, depressão, falta de motivação, falta de jeito, esquecimento e dificuldade em aprender novos conceitos, como mostram estudos.
O problema para pessoas com Alzheimer é que essas coisas podem não só prejudicar o bem-estar como piorar a doença.
O exercício físico é uma maneira de ajudar a superar os problemas de sono. Ao se exercitar com intensidade moderada, você regula os hormônios do sono e é mais provável que durma tranquilamente à noite.