Exercício pode ser melhor que remédio para a sua saúde mental
Não é a gente que está dizendo, é a ciência
24/12/2024 ● Tempo de leitura: 2 mins
Por: Larissa Serpa
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, problemas de saúde mental afetam 1 em cada 8 pessoas em todo o mundo. Só durante a pandemia de COVID-19, o número de pessoas relatando ansiedade aumentou 26% e os casos de transtorno depressivo aumentaram 28%.
Mas um novo estudo descobriu que o exercício físico é altamente benéfico para diminuir os sintomas de saúde mental, podendo ser até mais potente que o uso de antidepressivos e outros medicamentos.
Detalhes do estudo
A revisão incluiu 1.039 estudos com 128.119 participantes que aumentaram a atividade física por até 12 semanas.
A adição de atividade física na rotina teve efeitos positivos muito elevados nos pacientes com depressão, ansiedade e sofrimento psicológico, sendo que os maiores benefícios foram observados por pessoas com depressão.
Melhor atividade física para saúde mental
Todos os tipos de exercício físico, incluindo caminhada, pilates, ioga e treinamento de resistência, foram considerados benéficos. Mas um tipo de exercício mostrou a maior melhora nos sintomas de saúde mental: atividade física curta e de maior intensidade.
Segundo os pesquisadores, isso acontece porque sessões rápidas de exercícios intensos não apenas liberam uma onda de endorfinas, mas também dão um forte senso de realização, o que melhora a confiança.
Duração dos benefícios
O estudo descobriu que os resultados mais eficazes ocorreram em menos de 12 semanas, ou seja: em menos de 3 meses, você já começa a perceber a diferença na saúde mental.
Mas o professor do departamento técnico da Smart Fit Guilherme Micheski alerta que, apesar de a prática de exercícios isolada também liberar dopamina (o hormônio do prazer imediato), você só vai colher benefícios duráveis para o cérebro se a prática fizer parte da sua rotina, e não uma atividade que você faz de vez em quando.
Como começar
Realisticamente, começar a fazer exercícios quando estamos deprimidos é ainda mais difícil.
Procure por algo que o motive e que possa ser facilmente incorporado à rotina. Podem ser 5 ou 10 minutos de algo que você gosta, como dançar.
Gradualmente, aumente o tempo para inserir o exercício na sua rotina.
O exercício pode substituir a medicação?
É importante observar que os pesquisadores não estão sugerindo que terapia ou medicação sejam irrelevantes, mas a atividade física é um fator-chave no tratamento.
Uma combinação de medicamentos, terapia e uma mudança nos fatores de estilo de vida é o que funciona melhor para todos os indivíduos.
Dependendo do grau do transtorno, algumas pessoas podem até mesmo realizar o desmame dos remédios – sempre feito com acompanhamento do médico psiquiatra. Além de adicionar treinos à sua rotina, a médica psiquiatra Tamires Cruz, indica também uma alimentação equilibrada e com poucos ou nenhum alimento industrializado e exposição ao sol: “A vitamina D é essencial porque ajuda a regular o humor e a função cognitiva, além de regular também o ritmo circadiano, ajudando no sono, o que contribui para uma saúde mental melhor.”