Fazer exercícios é mais importante do que a perda de peso para uma vida mais longa
Os riscos de morte prematura são muito mais reduzidos ganhando condicionamento do que emagrecendo
23/06/2022 ● Tempo de leitura: 3 mins
Por: Larissa Serpa
Para uma saúde melhor, é mais importante focar em fazer exercícios do que em perder peso, segundo uma nova revisão de estudos, especialmente se você está com sobrepeso (!).
As pessoas obesas normalmente reduzem seus riscos de doenças cardíacas e morte prematura muito mais ganhando condicionamento físico do que perdendo peso ou fazendo dieta.
Nos estudos foi visto que pessoas com sobrepeso com problemas de saúde significativos, como pressão alta ou resistência à insulina (um marcador para diabetes tipo 2), mostraram melhorias bem mais consideráveis nessas condições depois que começaram a se exercitar.
“Em comparação direta, a magnitude do benefício foi muito maior com a melhora do condicionamento físico do que com a perda de peso”, disse o autor do estudo, o cientista Glenn Gaesser, dos Estados Unidos. E a diferença é bem considerável:
Quem se exercita pode reduzir o risco de morte prematura em 30% ou mais, mesmo que seu peso não mude. Por outro lado, quem perde peso fazendo dieta mas sem se exercitar, diminui o risco de morrer jovem em 16%. Isso porque os exercícios diminuem a gordura visceral, que fica entre os órgãos e aumenta o risco de diversas condições.
A principal conclusão da nova revisão, o cientista conclui, é que: não, você não precisa perder peso para ser saudável. “Você estará melhor, em termos de risco de mortalidade, aumentando sua atividade física e condicionamento físico do que emagrecendo”, disse ele.
Exercícios X Hipertensão arterial: Em que exercícios apostar?
Como mostrou o estudo, o exercício físico é uma das estratégias que podem trazer muitos benefícios no tratamento da doença – que atinge cerca de 23,9% da população brasileira, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde divulgada pelo IBGE em 2020. Mas quais exercícios fazer?
- Aeróbicos
O treinamento aeróbio simples, como uma caminhada, já pode reduzir a pressão arterial por até 12 horas após uma sessão. Os mais intensos, como corrida ou aulas de bike ou dança, apesar de levemente mais benéficos, devem ser feitos apenas com autorização médica por pessoas com pressão alta.
Um novo estudo do Laboratório de Hemodinâmica da Atividade Motora demonstra que o exercício de força também diminui a pressão.
E quanto mais alta a pressão, maior a hipotensão (baixa da pressão) pós-exercício. “Os resultados sugerem que a hipotensão pós-exercício resistido é maior justamente naqueles indivíduos que mais se beneficiam desse efeito”, comenta Rafael Yokoyama Fecchio, principal autor do estudo.
Exercício x Diabetes: Em que exercícios apostar?
Fortalecimento, exercícios cardiovasculares e mobilidade articular são os mais importantes para as pessoas com diabetes ou risco de ter.
- Musculação
A musculação traz melhora na composição corporal pelo aumento de massa magra. “No diabetes, o ganho de massa magra aumenta o que chamamos de taxa metabólica, que é o mínimo de energia necessário para manter as funções do organismo em repouso. Quanto maior a taxa metabólica, mais energia é gasta em repouso, o que, consequentemente, pode causar a redução do uso de medicamento necessário”, explica Emerson Bisan, diretor do Instituto Correndo pelo Diabetes (CPD).
- Aeróbicos
Os exercícios aeróbicos também são benéficos porque melhoram a resistência geral do corpo, auxiliando nos sistemas circulatório e cardíaco, o que, para o diabetes, reduz significativamente os riscos de complicações macrovasculares.
Nada de pular esses exercícios, especialmente se você tem diabetes. “Eles reduzem o enrijecimento articular, que pode causar complicações a longo prazo em pacientes com diabetes, como capsulite adesiva e dedo em garra”, comenta Emerson.