O que é uma frequência cardíaca?
Fatores como idade, hábitos e doenças pré-existentes interferem na pulsação
15/11/2022 ● Tempo de leitura: 3 mins
Por: Mirela Mazolla
Para início de conversa, você sabe o que é frequência cardíaca? Trata-se do número de vezes que o coração humano bate em um minuto. De maneira geral, a pulsação normal de um adulto é de 60 a 100 batimentos por minuto, ou bpm – embora possa oscilar, certas taxas desse número podem acender um sinal vermelho no organismo. O site norte-americano Healthline fez uma reportagem bem completa sobre isso e nos baseamos nela para tratar do assunto.
A frequência cardíaca costuma ser medida quando o indivíduo está em repouso e relaxado (a chamada frequência cardíaca em repouso). Ela pode variar dependendo do nível de atividade e do estado emocional daquela pessoa e, no decorrer da vida, fatores como idade, hábitos, gestação, condições de saúde e uso de medicamentos interferem no índice.
Embora a American Heart Association (AHA) considere uma frequência cardíaca normal em repouso entre 60 e 100, algumas pessoas podem ter um valor inferior e ainda assim estar dentro da normalidade – um exemplo são os atletas, que podem apresentar até 40 bpm e estar perfeitamente saudáveis. Além deles, pessoas que tomam certos medicamentos, como betabloqueadores, podem ter uma frequência cardíaca em repouso mais baixa. Já a taquicardia costuma ser caracterizada pela frequência cardíaca acima de 100 bpm – além do exercício intenso, fatores como ansiedade, estresse, anemia e consumo de cafeína, álcool e drogas podem ser causas.
A tabela a seguir mostra a média da frequência cardíaca normal em repouso de acordo com a faixa etária:
Recém-nascido até 3 meses: 85 a 205 (bpm ao acordar), 80 a 160 (bpm ao dormir) | 3 meses a 2 anos: 100 a 190 (bpm ao acordar), 75 a 160 (bpm ao dormir) |
2 anos a 10 anos: 60 a 140 (bpm ao acordar), 60 a 90 (bpm ao dormir) | Mais de 10 anos: 60 a 100 (bpm ao acordar), 50 a 90 (bpm ao dormir) |
18 a 20 anos: 81,6 bpm | 21 a 30 anos: 80,2 bpm |
31 a 40 anos: 78,5 bpm | 41 a 50 anos: 75,3 bpm |
51 a 60 anos: 73,9 bpm | 61 a 70 anos: 73 bpm |
71 a 80 anos: 74,2 bpm | Mais de 80 anos: 78,1 bpm |
Além da idade, alguns outros fatores podem afetar a frequência cardíaca em repouso. Conheça alguns:
- Temperatura – estar exposto a altas temperaturas pode aumentar a frequência cardíaca.
- Efeitos colaterais de medicamentos – remédios como betabloqueadores podem diminuir sua frequência cardíaca em repouso.
- Estado emocional – ansiedade e euforia, por exemplo, podem levar ao aumento da frequência cardíaca.
- Peso – pessoas obesas podem ter uma frequência cardíaca de repouso mais alta. Isso ocorre porque o coração precisa trabalhar mais para fornecer sangue ao corpo.
- Anemia – baixos níveis de glóbulos vermelhos, que caracterizam essa condição, podem fazer com que o coração bata mais rápido para levar sangue rico em oxigênio ao corpo.
- Alterações endócrinas ou hormonais – um exemplo são os hormônios tireoidianos. O hipertireoidismo pode aumentar a frequência cardíaca, enquanto o hipotireoidismo pode diminuí-la.
- Fumar – tabagistas tendem a ter uma frequência cardíaca de repouso mais alta.
Como a frequência cardíaca pode afetar durante o exercício?
A chamada frequência cardíaca máxima é um cálculo que ajuda a descobrir qual é a frequência cardíaca ideal durante o treino. É possível estimá-la subtraindo a sua idade de 220 (uma pessoa de 35 anos, por exemplo, terá uma frequência cardíaca máxima estimada relacionada à idade de 185 bpm). Já a frequência cardíaca alvo é aquela buscada durante atividades moderadas (cerca de 50 a 70% da frequência cardíaca máxima) e vigorosas (70 a 85% da frequência cardíaca máxima).
Vale lembrar que flutuações repentinas na frequência cardíaca, principalmente acompanhadas de sintomas como falta de ar, aperto no peito ou dor, tontura e desmaios, são indicativos de emergência médica. E que, assim como a atividade física, outros hábitos têm papel importante para cuidar bem do coração, como manter uma alimentação saudável, moderar o consumo de álcool, não fumar, dormir bem, controlar o estresse e estar com o check-up médico em dia.
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